"Se todo mundo pode reclamar, por que a gente não pode?"

Estudantes do curso de Jornalismo recebem palestra de jornal criado por moradores de rua.

                    Foto: Thayná Oliveira.
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Na semana acadêmica da Faculdade São Francisco de Assis os alunos do curso de Comunicação Social - Jornalismo tiveram um  bate papo com os representantes de dois jornais impressos (sim, nosso amado impresso NÃO MORREU) apesar de usarmos a plataforma digital é incrivelmente bom ter ele em mãos. Jornal Boca de Rua, já ouviu falar? Não? O jornal é feito por moradores de rua, onde eles contam a realidade do que se passa nas ruas, sabe aquela notícia que tu vê/escuta/lê envolvendo algum deles, na maioria das vezes como culpado? Pois então ela tem uma versão na voz deles e esse é o intuito do jornal.

O título fala por si só "Se todo mundo pode reclamar por que a gente não pode?" a simplicidade do jornal, mas ao mesmo tempo com um conteúdo instigante faz com que tenhamos vontade de ter todos os exemplares, que são impressos de 3 em 3 meses, por falta de verba de serem feitos mensalmente ou semanalmente. Eles vendem os jornais à R$ 2,00, além dos jornais eles também vendem cartões postais com as fotografias de autoria deles mesmo.

Cartões postais com fotos dos jornalistas. Divulgação: Boca de Rua. Foto: Thayná Oliveira.

"Eu luto pela igualdade, tem galera que mora na rua e não sabe os seus direitos" ressaltou Edson do Boca de Rua, e essa é a realidade tem muitos moradores de rua que não sabem que são cidadãos feito eu e feito você. Muitos são tratados como animais o maior problema do nosso país é o tal "generalizar", associa-se que todo e qualquer morador de rua é ladrão, assaltante, estuprador entre outros 'adjetivos', mas na realidade o que te assalta é aquele que tu nem desconfia, na maioria das vezes é aquele em quem teu dedinho aperta o "confirma" em outubro. Já parou pra pensar que cada um deles tem uma história? Que deixaram pra trás uma vida, uma família e uma casa? O que nos falta é a tal da empatia é saber se colocar no lugar das outras pessoas.

"Para sair da rua tem que ter pé firme", disse Ezequiel. Imagine uma pessoa que vive há 15 anos na rua ter que se ressocializar novamente, ter que construir tudo outra vez, conquistar a confiança daqueles que deixou para trás é difícil, é árduo, mas é possível.

"Somos jornalistas e jornaleiros, pois nós mesmos vendemos nossos próprios jornais", eles vendem os próprios trabalhos, eles produzem e vendem os próprios jornais. E todo o dinheiro arrecadado é para a instabilidade deles. É a história deles, a realidade, a visão deles é a VOZ do que eles passam no cotidiano.

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