Os donos da terra em números e versos
Legítimos donos da terra brasileira, o índio que sofre
ataques de todas as formas desde o descobrimento ainda resiste. E bravamente.
Contando hoje com 896.917 indígenas, o que representa 0,3%
da população nacional conforme o Censo demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), o último realizado no país, o Brasil tem uma
das maiores comunidades indígenas do mundo.
Com um aumento efetivo de 205% no crescimento de sua
população em comparação ao primeiro censo de 1991, os índios brasileiros seguem
se adaptando aos novos tempos.
Reconhecidos na Constituição de 1988 como legítimos donos
da terra brasileira e tendo direito adquirido de aprender a sua própria língua
e sua história, a comunidade indígena apresenta hoje um índice de alfabetização
de 76,7% conforme a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), órgão que os
regulamente e os assiste.
Com 305 etnias reconhecidas, sendo a Ticunas e Guarani as
maiores, os índios tem 672 áreas de preservação quem somam 109 milhões de
hectares, ocupando assim 19% do território nacional.
A distribuição das comunidades se divide em três maiores
regiões, sendo elas o Amazonas, Mato Grosso do Sul e Pernambuco.
Ainda visto nas grandes capitais como pedintes, tendo seu
presidente da Funai sendo trocado por motivos partidários obscuros, vendendo em
sinaleiras ou morando nas ruas, a comunidade indígena ainda pode comemorar os
números positivos que tem conquistado, apesar de esses números apenas
representarem um recomeço, uma espécie de recuperação da dignidade que um dia
já tiveram, números visíveis como por exemplo as 115 novas reservas que estão
em estudo pelo governo federal e prestes a serem homologadas dão um tom de
esperança.
Passado glorioso e presente em recuperação, o índio é
valorizado e lembrado principalmente na cultura popular como vemos neste trecho
do samba da escola Unidos da Tijuca do Rio de Janeiro: “veja o orvalho vem
caindo, o cheiro das matas vem surgindo, por essas matas verdejantes, tem seres
sobrenaturais, no cantar do Uirapuru, só Tupã sabia que eu não podia me
apaixonar”, sim, o índio é o dono da terra.
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Cláudio Gomes
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