Matheus Chaparini: a experiência de ser preso durante uma cobertura

Matheus Chaparini falou com estudantes de jornalismo da Faculdade São Francisco de Assis durante a Semana Acadêmica


Matheus Chaparini conversa com alunos da Faculdade São Francisco de Assis. Foto: Bruno Lara




O jornalista Matheus Chaparini ficou conhecido no estado após ser detido pela Brigada Militar durante uma desocupação do prédio da Secretaria de Estado da Fazenda. Chaparini foi levado para o Presídio Central e ficou em reclusão por mais de 14 horas. O prédio público estava ocupado por estudantes, sobretudo secundaristas, que pediam melhorias nas estruturas das escolas. O profissional conversou com os alunos do curso de jornalismo na Semana Acadêmica da Faculdade São Francisco de Assis na terça-feira, 12.
Para Tiago Campiol, aluno do 5º semestre e representante dos dissentes do curso, a experiência é sempre única.  “Considero importantíssima a Semana Acadêmica, que em um esforço tremendo tenta incentivar a pesquisa, que tanto falta nesse modelo de instituição. Além de aproximar os alunos, professores e convidados em torno de temáticas interessantes e provocadoras. Daí saem debates, concursos, palestras. É ai que se dá os novos modelos de conhecimento: através da integração e compartilhamento de experiências”, opinou.
Para a Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, logo após o ocorrido, uma nota foi divulgada para a imprensa explicando que Chaparini estava “agindo como militante” e que "só se identificou como jornalista quando já estava consumada a prisão pelo ato de invasão". O jornalista, no entanto, rebate a acusação e relata que mesmo após se identificar como jornalista que estava no local cobrindo a ocupação foi detido.
Segundo ele, a confusão se deu em função da busca por um ângulo exclusivo para a cobertura da ocupação. “Jornalistas normalmente cobrem atrás da linha da Brigada”, explicou. Atualmente, Matheus responde inquérito com mais nove réus por dano qualificado e desobediência ainda em tramitação no poder Judiciário.

Matheus Chaparini mostra o primeiro jornal que fez na vida profissional, ainda na faculdade. Foto: Bruno Lara

Jornal Já

O Já é um jornal de Porto Alegre publicado pela primeira vez em 1986, em defesa da luta pelas Diretas Já, ato cívico de reivindicação por eleições diretas no Brasil que se iniciou em 1983. Com mais de 30 anos de existência, circulando com mais de 10 mil exemplares mensalmente, vive da venda dos exemplares e de publicidade, além de ser apoiado por sindicatos como o o Sindicato dos Metalúrgicos, o Sindibancários e a Central Única dos Trabalhadores (CUT). 

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