Como fica a relação mãe e filho com o afastamento?
Para
a Psicóloga Paula Souza, após as mães serem recolhidas para cumprir pena em
regimes fechados e precisar se separar dos filhos c. Por outro lado, para a
psicóloga, os filhos são os principais motivadores para as mães suportarem o
rigor e a privação no cumprimento da pena.
“Elas
esperam que os filhos possam ter um futuro distante do mundo do crime, mas
estão longe deles para exercer o cuidado que é destinado a terceiros como uma
madrinha, tia ou quase sempre a vó, diz Paula.
Para
a Doutora Paula, é comum que as mães utilizam a negação como mecanismo de
defesa para diminuir o sofrimento. E busquem apoio na religião, como tentativa
de conforto em relação ao afastamento dos filhos.
“A
importância da percepção da figura materna, como suporte para a criança, se
evidenciou nas histórias das mães. Dá para perceber que os filhos esperam a
transmissão de valores, limites e um ambiente seguro. A manutenção dos vínculos
entre mães e filhos, mesmo em situação de cárcere, é importante na superação da
pena, pois as mães relataram que ao saírem da prisão, pretendem retornar suas
vidas junto aos filhos, a fim de que os cuidados necessários possam ser
restaurados”.
A
Psicóloga vê a situação carcerária como uma das questões mais complexas da
realidade social brasileira, principalmente, no que diz respeito à realidade
das mães encarceradas. “A necessidade da humanização das condições carcerárias
depende da promoção de um modelo de políticas públicas de saúde, de educação,
de trabalho, de cultura, de esporte, de assistência social e de acesso à
justiça. Diante dessas constatações, pretende-se contribuir com o entendimento
sobre a percepção positiva sobre a maternidade, a importância do cuidado com os
filhos, o entendimento de que os filhos motivam na superação da pena e na
perspectiva de futuro após o
cumprimento da pena”, finaliza.
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